Os professores da rede municipal de ensino realizaram um protesto
em frente à sede da Prefeitura de Upanema durante toda a
manhã dessa segunda-feira, 31. O ato pacífico, que
teve o objetivo de cobrar a implantação do piso nacional
do magistério, contou também com a participação
de estudantes, pais de alunos, outros servidores municipais e populares.
Representantes do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais
de Upanema (SINDSERPUP) ainda participaram da sessão realizada
na Câmara Municipal e cobraram uma atuação mais
forte dos vereadores na defesa da implantação do piso
dos professores.
Esse foi o terceiro ato realizado pelos docentes municipais nas
últimas três semanas. Antes, já haviam sido
realizadas duas paradas.
A presidenta do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais
de Upanema (SINDESERPUP), Rosemary Sobral, explicou que as atividades
são uma resposta ao total descaso da prefeita de Upanema,
Maristela Freire, com as reivindicações dos professores.
"O piso foi implantado em 2009 e até o dia de hoje a
prefeita não apresentou uma única proposta",
denunciou a sindicalista.
Rosemary acrescentou que a preocupação aumenta porque
a cada ano o piso ganha novos valores e, até o momento, nem
mesmo o primeiro valor foi concedido.
Professor de Matemática da Escola Municipal Maria Gorete,
Josiel Gondim, destacou que o principal problema é a prefeita
não sentar com a categoria para negociar. "A prefeita
bateu o pé com a história de que não tem como
pagar o piso por conta da lei de responsabilidade fiscal e não
quer conversa com a categoria", reclamou o professor.
Josiel observou que o piso também é uma Lei federal
e que precisa ser respeitada, "cabendo ao Município
buscar uma forma de se adequar".
O presidente da Câmara Municipal, Dárcio Régis,
prometeu agendar uma reunião com Maristela Freire para discutir
o assunto e depois apresentar o resultado aos professores. Rosemary
cobrou também que seja debatida na reunião a revisão
do plano de carreira.
Na próxima semana, diretores do Sindserpup participam de
reunião com o promotor público e logo em seguida realizam
assembleia para discutir o encontro. "Novos atos e paralisações
não estão descartados", adiantou Rosemary.
O controlador-geral do Município de Upanema, Gilvandro Fernandes,
voltou a dizer que a prefeitura não tem como implementar
o piso por conta do limite prudencial. "Teríamos que
demitir servidores efetivos para conceder o piso aos professores",
se defendeu.
Gilvandro disse que a prefeitura já investe mais de 90% do
Fundeb no pagamento dos professores.
População
exige construção da BR-110
Ainda em Upanema, dezenas de pessoas saíram às ruas
numa grande movimentação em defesa da construção
da BR-110. Essa é a única rodovia federal do Rio Grande
do Norte que nunca foi terminada. São dois trechos considerados
importantes para a integração do município:
o primeiro de pouco mais de 40km até Mossoró e o segundo
de 33km até Campo Grande.
Estudantes e representantes do movimento estudantil, Conselho Municipal
da Juventude, autoridades locais, além de jovens de cidades
vizinhas se reuniram na feira livre, cobrando o início da
tão sonhada estrada. Na última semana, a movimentação
aconteceu em Campo Grande.
Ontem, a sociedade upanemense deu o seu recado com cartazes, faixas
e discursos de protesto. O vice-prefeito Manezinho disse que a administração
da prefeita Maristela sempre foi combativa com o descaso que está
acontecendo com a BR. "Sempre que a prefeita vai a Brasília,
ou se encontra com alguma autoridade do nosso estado, a prefeita
cobra mais rapidez e uma resposta com credibilidade, pois o nosso
povo não aguenta mais promessas. Queremos as máquinas
trabalhando, conversa não adianta mais", afirmou o vice-prefeito.
Manezinho também falou da importância que a estrada
trará para os municípios de Mossoró, Upanema,
Campo Grande e Janduís. Além da geração
de emprego no período da construção, o desenvolvimento
dos municípios depois da estrada construída.
Essa manifestação é apenas parte de um grande
movimento que acontecerá no próximo dia 19 de novembro
em nossa cidade, onde caravanas de Janduís e Campo Grande
farão um rally pela BR-110 com o objetivo de chamar atenção
de nossas autoridades para o problema que ser arrasta há
mais de 50 anos.
FONTE:JORNAL DE FATO